Era um corpo que deambulava ao acaso,
Que vivia com medo todo o dia.
Amostra de ser mal amada
Sem conhecer felicidade e alegria.
Uma mulher constantemente criticada
Que chorava apenas escondida,
Consciente que não valia nada,
E a imagem totalmente denegrida.
Escondia os hematomas como sabia.
Habituara-me há muito a mentir...
Vivia uma vida como nunca pensei,
Vivia a maior parte do tempo a fingir.
Esta mão? com os dedos trilhados e a doer,
É porque sou tão distraída...
Meti-a numa porta sem perceber
E agora está tão dolorida...
Tapava as nódoas negras com roupa
De Inverno, mesmo no Verão.
Apenas porque era meio louca
Passava a vida a cair ao chão.
A boca, assim cortada,
Foi apenas porque sorri...
Não sabia estar calada?
Apanhei porque mereci.
Aquela nódoa negra no rosto?
Foi porque me maquilhei nesse dia.
Mas afinal, foi bem feito,
Porque parecia uma vadia.
O meu corpo estava tão cansado
Não aprendia a me comportar
Para viver bem com meu amado,
Que tudo fazia por me amar.
Farta dos meus erros e maldade
Subo até ao vigésimo andar?
Salto, enfim, para a liberdade?
E já sou feliz... a voar!
Não o fiz...
Por covardia?
Não.
Coragem, é viver e...
Hoje eu estou VIVA!
Vera Sousa Silva
A autoria é desta querida amiga que eu espero não ter realizado a última estrofe!
Eu apenas coloquei este poema no passado e lhe acrescentei... o final.